segunda-feira, 8 de outubro de 2012


O MAIOR BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS
A grande final de O Maior Brasileiro de Todos os Tempos aconteceu na noite de 3 de outubro/12, na sede do SBT,
em São Paulo.
Após encerrada a votação, o jornalistaCarlos Nascimento anunciou Chico Xavier como o grande vencedor da competição. 
Representado por Saulo Gomes, o ícone espírita obteve 71,4% dos votos.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Reencarnação


Através do Espiritismo, tomamos conhecimento sobre as leis morais e as leis de Deus. E quanto mais conhecimento nós tivermos, mais responsabilidade teremos sobre nossos atos. E é também graças à doutrina espírita que podemos enxergar que o que mais importa não são as coisas materiais, mas sim o futuro do espírito.

E o futuro, é claro, depende do que fazemos hoje. Dito isto, chegamos ao tema deste texto.

A reencarnação é uma nova existência na carne para que a alma evolua e siga o caminho da perfeição. No Livro dos Espíritos está escrito que “a justiça de Deus proporciona novas chances para aqueles que não puderam alcançar o objetivo em uma primeira prova”.

É por isso que temos reencarnado, vez após outra, desde o tempo em que éramos homens das cavernas. O ponto em que estamos hoje é o máximo que já obtivemos em níveis de evolução – e devemos sempre lutar contra nossas más inclinações para que consigamos melhorar cada vez mais.

Mas não dá para falar neste assunto sem entrar em um tópico muito importante: família.

Os espíritos formam, fora do plano material, seus grupos afins. Eles se unem pela afeição, simpatia e vontades parecidas, assim como qualquer grupo de amigos aqui na Terra. Esses espíritos sempre procuram-se, e a encarnação só os separa momentaneamente. Mas muitas vezes eles seguem juntos na encarnação, reunindo-se numa mesma família aqui na Terra, e assim trabalham unidos pelo próprio progresso.

Mas Deus também permite que espíritos antipáticos reencarnem em uma mesma família, para que isto lhes sirva de prova. Aquele amigo a quem traímos e abandonamos no passado pode voltar ao nosso contato na forma de um parente difícil. Alguém que tenhamos levado ao suicídio pode voltar como um filho com uma doença incurável; a mulher a quem fizemos mal pode retornar como uma esposa problemática ou como uma filha incompreensiva.

Isso mostra a perfeição da justiça e da bondade de Deus, pois Ele permite que arrumemos aquilo que foi mal feito no passado.

E por que temos que consertar os erros no corpo físico, e não no espiritual? Muitos se fazem esta questão. Mas viver na carne é um desafio necessário para melhorarmos. Aqui na Terra temos que buscar soluções para as dificuldades, como para nos locomovermos a longas distâncias, nos comunicarmos com quem está longe, nos alimentarmos, nos curarmos de doenças e cuidarmos do meio ambiente. Todas essas barreiras nos ajudam a desenvolver nossa inteligência.

Outra dúvida que aflige as pessoas é: Há limites para a encarnação ou teremos que renascer infinitamente? Sobre isso, o Espiritismo explica que cada nova existência é um passo rumo à perfeição. Reencarnaremos até que sejamos espíritos puros. Aos poucos, conforme nossa evolução, o corpo físico vai se tornando menos denso, e em um futuro ele se confundirá com o perispírito, livrando-nos da carne como a conhecemos hoje.

E será que sempre renasceremos no mesmo planeta?
Bem, seremos atraídos a diferentes lugares, de acordo com a necessidade. A maioria de nós tem forte ligação com a Terra, desde sua formação, mas não podemos descartar a possibilidade de migrações para outras moradas.
Acredita-se que espíritos de outras esferas, mais evoluídas, estão renascendo na Terra, principalmente a partir de 1980, para preparar o planeta para os novos tempos. Segundo pesquisas, as crianças índigo possuem uma inteligência acima do normal, porém apresentam comportamento rebelde. Isso já está causando mudanças no sistema educacional, pois esses espíritos não aceitam seguir regras, e necessitam de muito amor e paciência. Aos poucos sai de cena aquele sistema bruto de educação, baseado em castigos, para dar lugar a um movimento que usa o carinho e o respeito para com os semelhantes.

Por outro lado, os espíritos que já estão há muito tempo sem obter resultados em sua evolução – aqueles que não aprendem nem com o sofrimento e continuam no caminho do mal – passarão a não mais encarnar na Terra. Serão levados a nascer em outras esferas, inferiores, onde terão mais dificuldades, ao mesmo tempo em que serão úteis, pelo fato de serem mais evoluídos do que os que lá se encontram.

A reencarnação é aceita por muitas religiões, e já foi defendida por várias figuras célebres, como Gandhi, Vitor Hugo, Tolstoi e Sócrates. O próprio Cristo já tinha dito: “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”.


Além disso, como explicar os “gênios”, que desde a infância mostram-se com faculdades superdesenvolvidas? Mozart já compunha valsas aos 6 anos de idade; Michelangelo foi considerado um artista completo aos 8; Vitor Hugo revelou-se como grande escritor aos 13. A explicação para esses fenômenos só pode ser uma: eles nasceram trazendo lembranças da vida passada.

Enfim, há muito o que se falar a respeito deste empolgante tema, mas o que mais nos importa é saber que A REENCARNAÇÃO FUTURA DEPENDE DA ATUAL. Nossa próxima vida poderá ser feliz ou dolorosa, dependendo de como levarmos a vida presente.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Livre Arbítrio

A palavra "arbítrio" significa "decisão dependente apenas da vontade". Assim, o fato de termos livre arbítrio é um presente de Deus, para que sigamos o caminho que desejarmos. Você pode escolher ler este texto ou ir fazer outra coisa. Isso não é ótimo? Há muitas pessoas neste momento fazendo algo de errado, e até cometendo crimes. Elas também estão exercendo seu livre arbítrio.

Foi o nosso estágio de evolução que permitiu essa dádiva. Antes disso, só tínhamos o instinto, que nos colocava no mesmo nível dos animais. Se uma cobra sente-se ameaçada, ela tenta picar. Ela não tem a capacidade de pensar que a pessoa que a está "ameaçando" pode ser um veterinário que quer salvá-la. Pois nos nossos primórdios, nós agíamos assim, só pelo instinto.

Porém, hoje nós fomos promovidos, já que adquirimos mais experiência e conhecimento. E essa promoção, além de nos ter trazido a liberdade, também nos trouxe a responsabilidade.

A responsabilidade é a obrigação em responder pelos próprios atos, ou pelo dos outros. Os pais são responsáveis pelos filhos, os professores são responsáveis pelos alunos. E como espíritos individuais que somos, ficamos responsabilizados pelas nossas próprias ações.

Deste modo, Deus é como um pai que diz ao filho: "Você não é mais criança, e por isso confio em você para sair à noite, e para dirigir o carro. Mas você, meu filho, terá que responder por aquilo que fizer. Se fizer alguma bobagem, terá que arcar com as consequências".

Por isso, o livre arbítrio é uma faca de dois gumes. Ele promove um DESAFIO, já que precisamos conciliar nossa vontade com a Lei de Deus. E é por isso que estudamos o Espiritismo: para conhecermos a Lei de Deus e nos adaptarmos a ela, evitando passar por sofrimentos mais tarde.

O progresso espiritual pressupõe o desenvolvimento da capacidade de dicernir o Bem do Mal, o que é essencial para que evoluamos moralmente. E é por isso que necessitamos da reencarnação: trata-se de um lento processo para irmos adquirindo aqueles três bens que nunca perdemos: a sabedoria, a ciência e o amor.

FATALIDADES

Fatalidade é todo destino que não se pode evitar. Sempre recebemos notícias de fatalidades, como quedas de avião, terremotos, balas perdidas, doenças, etc. Tais fatalidades não vêm pelo acaso, pois "Deus não joga dados". Tudo é consequência de nossas próprias ações do passado, que somente a reencarnação explica.

Quando desencarnados, podemos atingir um nível mais elevado de esclarecimento sobre nossas imperfeições e buscamos meios de atenuá-las, aceitando uma nova vida material sob as condições que nos parecem mais apropriadas. É por isso que muitos aceitam reencarnar em situações difíceis, ou até passar por uma desencarnação violenta, pois sabem que somente assim conseguirão melhorar.

Cada indivíduo carrega o fardo que escolheu, e que merece, e que necessita, e que suporta. Deus não faria ninguém passar por algo que não fosse necessário, ou insuportável.

Aqueles criminosos que ficam impunes pela justiça dos homens, carregam um peso maior ainda do que os que são punidos, pois diante de Deus não existe a impunidade. Aqueles, ao invés de aproveitarem a chance de responder pelos seus atos nesta vida, comprometem-se ainda mais nas próximas.

Por outro lado, aqueles que são injustiçados, como o sujeito que ficou preso por 30 anos sendo inocente, ou como aquele que trabalha a vida toda sem obter qualquer reconhecimento ou ganho material, devem procurar a causa de seus infortúnios nas existências passadas.

AÇÃO E REAÇÃO

A Lei de Ação e Reação diz que tudo o que fazemos volta na mesma intensidade para nós mesmos. Assim, quem infelicita o próximo, infelicita a si mesmo. Um exemplo simples é de quando ficamos com maus pensamentos sobre alguém. Logo estamos com dor de cabeça, sentindo angústia e remorso.

Mais cedo ou mais tarde, ou seja, nesta ou na próxima encarnação, a consciência nos despertará para a realidade. A dor inflingida a outrem ressurgirá no íntimo do nosso ser, e é por isso que aceitamos provas duras para reequilibrarmos nossa saúde espiritual. Caso não expurguemos o mal cometido, a mente cria complexos de culpa, psicoses, neuroses, etc.


Pensemos, portanto, em Jesus, para evitar qualquer prejuízo futuro. Ele foi um exemplo de como bem utilizar o livre arbítrio:
Nunca obrigou seus discípulos a o seguirem;
Ajudou sem pedir nada em troca;
Renovou Maria Madalena sem constrangê-la;
Não ameaçou quem não o compreendeu;
Permitiu que Pedro o renegasse e que Judas o traísse;
Deu a Pilatos o poder de escolha;
E na cruz, optou por perdoar seus agressores.

Podemos escolher entre sermos honestos ou desonestos, entre o perdão ou a crueldade, entre sermos úteis ou inúteis, leais ou traiçoeiros, mas RESPONDEREMOS PELOS NOSSOS ATOS. Não se trata de castigo, mas de responsabilidade.

domingo, 5 de setembro de 2010

Nosso Lar - O Filme

Quando eu li o livro Nosso Lar, há muitos anos, meu lado cinéfilo ficou bastante empolgado com a ideia de ver aquela história no cinema. Pois foi com muita emoção e curiosidade que recebi a notícia, algum tempo atrás, de que o longa seria realmente produzido. Porém, devo confessar que o nome de Wagner de Assis (autor dos "roteiros" de Xuxa Popstar, Xuxa Requebra e Xuxa e os Duendes) como diretor e roteirista sempre pairou como uma grande sombra na minha esperança de sair daí um grande filme. E as primeiras críticas pós-lançamento pareciam confirmar meus medos.

Mas acabo de sair da sessão de Nosso Lar (lotada, por sinal) e me sinto muito tranquilo e feliz com o resultado. Reconheço que o filme apresenta defeitos, sobre os quais vou comentar abaixo, mas, no geral, seu saldo é extremamente positivo.

Antes de tudo, quero deixar claro que, desde o início da projeção, o espírita que existe dentro de mim entrou em "modo econômico". Ou seja, eu realmente procurei analisar a obra como cinema, sem negar os aspectos que o meu lado emocional poderia pensar em deixar passar.

Logo nos segundos iniciais, os acordes de Philip Glass já me levaram a outra sintonia. Adorei o tema que ele compôs para a trilha. Ela tem grande responsabilidade pelo sucesso do filme, e é muito marcante. Dificilmente alguém sai do cinema sem a música ainda ecoando nos ouvidos.

O roteiro mostra a trasformação de um famoso e duro médico, André Luiz, em uma pessoa humilde e perseverante — só que esta vem depois da morte dele. De início, o protagonista passa alguns anos no Umbral — uma assustadora região purgatorial, que foi muito bem apresentada no filme.

Se há algo para reclamar destas cenas iniciais, é do trabalho de certa atriz (uma quase figurante, na verdade) que atua exageradamente, zombando de André. Mas vá lá, isso não tem grande importância.

Intercaladas com as cenas no Umbral, há outras que mostram flashbacks da vida do protagonista, onde ficamos sabendo que, apesar de médico dedicado e pai de família, ele tinha seus esqueletos no armário. Nada tão grave para a época: vida boêmia, bebida, fumo, má vontade para atender pacientes fora de hora, alguma dureza no tratamento à esposa e filhos...

No Umbral, André passa por um processo de degeneração que merece aplausos. Logo ele está extremamente magro, com longas barbas e exausto, e é quando ele finalmente pede ajuda a Deus e é resgatado por uma equipe de espíritos de luz. O fim dessa sequência me incomodou novamente um pouco e, pasmem, a culpa é de alguns maus figurantes. E esse defeito será recorrente.

Tal início é uma boa amostra de como será o resto do filme, apesar de aí os cenários mudarem completamente: daquela tenebrosa região, o protagonista é levado até a magnífica cidade espiritual do título. É quando os efeitos especiais se fazem mais visíveis, e não posso dizer que os achei fracos. Talvez eles não sejam tão inovadores e surpreendentes para os padrões de Hollywood, mas em nenhum momento me decepcionaram.

A mistura de trilha sonora grandiosa e bons efeitos não é novidade alguma, mesmo para quem ainda não assistiu ao filme, pois foram muito noticiados. Eu só quero reforçar que eu REALMENTE gostei de ambos. Alguns críticos disseram que os efeitos eram fracos e a trilha era piegas — mas de fato, eu os apreciei!

Outra crítica que ouvi muito por aí foi com relação ao elenco. Mas sinceramente, neste aspecto só vi problemas com aqueles papéis menores, como já mencionei. Renato Pietro faz um bom trabalho no papel de André Luiz, assim como Fernando Alves Pinto (Lísias), Rosane Mulholland (Eloísa) e todos os globais (Werner Schünemann, Othon Bastos, Ana Rosa, Paulo Goulart, Chica Xavier). O negócio é que nenhum deles se arrisca a uma interpretação mais corajosa ou sutil, o que não é um grande problema, em minha opinião.

Na verdade, uma característica da produção parece ser a falta de sutileza de Wagner de Assis, que como diretor e roteirista, prefere não arriscar a entregar algo incompreensível para o espectador. Tudo é devidamente explicado, e creio que foi aí que pegou mal na opinião dos críticos. Ultimamente o cinema tem proporcionado belos trabalhos de atuação, em que um simples piscar de olhos pode indicar algo ao público — mas não vemos este estilo de trabalho em Nosso Lar. Também pudera: Renato Pietro nunca teve experiência no cinema — apenas no teatro, onde cada sussurro deve ser gritado, e cada expressão facial deve ser exagerada, a fim de que os espectadores da última fila possam compreender a peça. E se o protagonista segue por esse rumo, os outros atores devem fazer o mesmo processo, para não haver um contraste negativo, certo?

E por falar em contraste negativo, outra coisa que notei foi a relativa pobreza dos cenários interiores, em oposição à beleza plástica dos maravilhosos exteriores. Mas como eu disse, essa fraqueza é "relativa", já que eles só ficam feios quando comparados com o lado de fora das edificações. E a observação só vale para as casas da cidade espiritual, já que na Terra, a casa de André Luiz é muito convincente como um lar dos anos 30.

Mas voltando ao didatismo de Wagner de Assis: creio que, apesar de tudo, a maioria das suas explicações não é descartável. Ao menos no caso daquelas que envolvem ensinamentos sobre a doutrina espírita. Há poucas cenas e diálogos realmente desnecessários, como aquela do companheiro de quarto a quem André dá um copo d'água. Para começar, aquele ator faz um trabalho fraco. Mas o maior problema é que não era necessário explicar qual a verdadeira função de não se engolir a água, pois isso já havia ficado entendido antes. Talvez o diretor tenha preferido pecar pelo excesso do que pela falta, mas graças a Deus isso não ocorre tantas vezes.

Um ponto que devo elogiar é a movimentação de câmeras. Eu esperava um filme muito mais tradicional neste quesito, e fiquei feliz com o resultado. Dos exemplos que lembro, o melhor é o que mostra uma descida de Nosso Lar até o Umbral, logo no início do filme, estabelecendo uma alusão à posição do céu e do inferno.

Reparei também nas diversas liberdades criativas que foram tomadas em relação ao livro. O personagem Emmanuel, por exemplo, que não faz parte do romance, é bem aproveitado pelo roteiro, e é responsável por estabelecer uma ligação do público com outras obras de Chico Xavier. Para deleite de todos os espíritas, ela até comenta sobre Há 2000 Anos e sobre o "irmão que está na Terra preparado para receber mensagens dos espíritos" (o próprio Chico, é claro).

E se devo falar de mais uma coisa que me incomodou, talvez seja a rapidez com que André se transforma. Estou acostumado com filmes mais longos, em que a mudança ocorre muito sutilmente, e creio que Nosso Lar, para esse efeito, tivesse que ter mais cenas (apesar disso, a duração de cerca de 105 minutos é correta - Nosso Lar não é nem muito curto, nem logo demais).

Também não posso deixar de comentar o ato final, quando André recebe permissão para visitar a Terra. Esta cena foi aumentada em relação à do livro, e isso foi uma decisão que me agradou. Palmas para o estabelecimento do protagonista como uma luminosidade especial em torno de si, que não se confunde com a dos vivos. E muitas palmas para Chica Xavier, que mesmo com uma minúscula aparição, conseguiu me arrancar mais algumas lágrimas dos meus olhos (sim, me emocionei várias vezes durante a projeção, e isso sempre significa que o filme é muito bom).

Como podem reparar, eu prestei muita atenção aos detalhes técnicos do filme, e reconheço vários problemas. Ainda assim, chorei em vários momentos! E eu SINCERAMENTE me senti muito bem após os créditos finais e estou até agora, como se eu tivesse recebido um abençoado sopro reparador de minhas energias. Mas se isso foi mérito do filme ou de espíritos que estavam na sala do cinema amparando o público com suas boas vibrações, isso eu não sei (4 estrelas em 5).

Luiz Fernando Riesemberg

domingo, 30 de maio de 2010

Deus

Segundo o Livro dos Espíritos, Deus é "a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas". Vamos tentar entender esta afirmação. Bem, Inteligência Suprema e Causa Primária de Todas as Coisas são, praticamente, sinônimos. Como exemplo, imagine uma cadeira. Quem a criou? "O marceneiro", será a resposta. E quem criou o marceneiro? A resposta será "Deus". Mas há outra forma de se seguir o raciocínio: De que é feita a cadeira? De madeira. E de onde veio a madeira? Ora, de uma árvore. E de onde veio a árvore? Da terra. E quem criou a terra? Se formos fazendo perguntas e multiplicando-as até chegar a origem de todas coisas, sempre chegaremos a Deus.

Deus é o criador, a fonte de tudo. E temos certeza de Sua existência até mesmo graças à Ciência, pois esta afirma que "todo efeito tem uma causa". Logo, todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. Ou seja, se o homem é inteligente, só pode ter sido criado por uma inteligência maior.

No Espiritismo aprendemos que, no grau evolutivo em que nos encontramos, é inútil tentarmos definir Deus de uma forma muito mais profunda. Falta-nos maior riqueza de linguagem e raciocínio. É como aquela história do menino na praia que, usando uma concha, tentava colocar todo o mar dentro de um buraco cavado na areia. É muita coisa para caber em nossa cabeça. Mesmo assim, vamos tentar descobrir até onde podemos chegar na tentativa de se entender Deus com lógica.

A primeira pergunta do Livro dos Espíritos é "Que é Deus?". Note que não foi perguntado "Quem é Deus", pois não podemos ter essa visão antropomórfica, tanto difundida no antigo testamento. Lá Deus é visto como um ser vingativo, que demonstrava claramente preferência por um de seus filhos (Abel) e ficava raivoso caso O desobedessessem. Em muitos povos antigos as religiões eram politeístas e acreditavam em deuses com várias características humanas. Antropomórfica é também aquela nossa velha imagem infantil de Deus como sendo um velho barbudo sentado em um trono. Mas com a chegada de Cristo essa imagem mudou para a de um Deus amoroso e Pai. Será que foi Deus mesmo que mudou, ou apenas a visão que a humanidade tinha Dele?

Deus não se mostra — Ele Se revela por Suas obras.

Voltando àquela questão de Causa e Efeito, vamos simplesmente pensar na Natureza. Seria possível que as montanhas, as florestas, os animais e os mares fossem produzidos por forças materiais? Mecanicamente? Por automatismo? Essas teorias que muitos cientistas ainda defendem significariam que tudo o que há ao nosso redor é fruto do acaso.

Outra prova da existência da Deus está no comportamento dos povos selvagens. Muitas tribos acreditavam na existência de um Grande Espírito, ou do Espírito da Floresta. Como isso se explica, se nada fora ensinado a eles sobre religião? Explica-se pela intuição coletiva de que existe algo maior, criador das árvores, da Lua, do Sol, das estrelas.


Como é Deus?

Mesmo para os que acreditam Nele, há esta dúvida. Afinal, qual seria a forma de Deus? Uma reflexão sobre isso é: "Observemos a perfeição de suas obras". Pense na complexidade do ser humano, tanto no corpo como na mente. Pense no tamanho e no movimento dos planetas. Lembre-se de um momento em que o Amor te inundou. Pois Deus é a potência máxima e infinita de tudo isso. Ele possui um grau supremo de qualidades. Lembro-me de uma piada contada por Divaldo P. Franco:

Um homem se encontra com Deus e pergunta a Ele:
"—Deus, para Você quanto é 1 milhão de anos?".
Deus responde:
"— Para mim é um segundo!".
O homem faz outra pergunta:
"— E para Você quanto é um milhão de dólares?".
Deus:
"—Para mim é um centavo!".
O homem pensa e diz:
"—Deus, me empresta um centavo?".
E Deus:
"—É claro! Espere um segundo...".

Sabemos, através da doutrina espírita, que Deus possui os seguintes atributos:

É eterno — ou seja, não terá fim, e também não teve um começo (senão teria sido criado por outro ser, e este sim seria o Criador)

Infinitamente perfeito

Imutável

Imaterial

Único

Onipotente

Soberanamente justo e bom

Uma pergunta que também aflige a muitos é: "Como Deus, sendo tão grande, pode se incumbir de detalhes tão pequenos, como os pensamentos mesquinhos que tive hoje?". A resposta não está ainda na capacidade de compreensão do homem, pois seu raciocínio é limitado. Mas podemos ter uma ideia: Imagine seu corpo, com todos os membros e articulações. Se alguma coisinha do corpo anda com um problema, não importa onde, nós sentimos uma dorzinha, ou uma coceirinha, não é? Esta é uma maneira simples de explicar a questão do fluido cósmico universal.

O Fluido Cósmico Universal é algo em que o universo está mergulhado, que pode penetrar em absolutamente tudo, inclusive em nossos pensamentos. E é um fluido inteligente, que preenche todos os átomos. A dúvida é a de se haveria um foco gerador deste fluido, ou se ele estaria espalhado uniformemente por tudo.

Mas isso também não importa. Pois se Ele é infinitamente Justo e Bom, só pode querer o nosso bem, e é por essa razão que devemos confiar Nele.

Luiz Fernando Riesemberg

(Texto que faz parte de uma série de artigos baseados em aulas que ministrei no curso de espiritismo para jovens, em 2009)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Princípios Básicos da Doutrina Espírita


Os fenômenos considerados sobrenaturais, como a manifestação de espíritos, ocorrem desde o início da história do nosso planeta. A própria Bíblia contém um grande número de relatos sobre médiuns e materializações, por exemplo. Porém, a origem do Espiritismo (termo cunhado por Allan Kardec) remonta ao século XIX, quando a Europa se interessou pelo estudo das mesas girantes.

Pessoas de várias classes entretiam-se com as mesas que, misteriosamente, moviam-se e podiam responder perguntas através de movimentos específicos para dizer "sim" ou "não". Os mais racionais começaram a entender que aqueles objetos inanimados não poderiam demonstrar inteligência, já que não tinham cérebro, e então passaram a investigar as causas do fênomeno, culminando com a publicação das cinco obras básicas do Espiritismo, escritas por Allan Kardec com base nas informações transmitidas pelos espíritos.

É importante ressaltar que essas obras não foram simplesmente ditadas pelos desencarnados. O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese contém informações que somente os espírios poderiam nos fornecer, mas são frutos da razão de Kardec, um pesquisador com mente científica, que pesquisou muito antes crer naquilo que codificou.

Foi desta forma que teve início a doutrina espírita: sua origem é divina, mas teve a iniciativa dos espíritos, e sua elaboração é resultado do trabalho do homem.

O Espiritismo prevê, basicamente, cinco princípios: A crença em Deus, a crença nos Espíritos, a Pluralidade das Existências, a comunicabilidade dos Espíritos e a pluralidade dos mundos habitados. Vejamos com mais detalhes cada um deles.

Deus
Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipoente, soberanamente justo e bom. Ele criou o Universo, no qual incluem os mundos materiais e imateriais.

Espíritos
São seres materiais quando fazem parte do mundo visível (ou seja, todos nós somos espíritos) ou imateriais (no caso, os desencarnados). Estes, habitam o mundo espiritual, que é o verdadeiro mundo, preexistente ao mundo material. Os espíritos revestem-se temporariamente pelo corpo, período que nós chamamos de vida física, mas o corpo é destruído com a morte, que devolve a liberdade ao espírito. A morte é apenas a destruição do nosso invólucro mais grosseiro.

Pluralidade das Existências
Ou seja, trata-se da Reencarnação. Ela é um veículo para a melhora do nosso estado evolutivo, pois proporciona a repetição de nossas provas e tarefas, até que atinjamos a perfeição moral. Já tivemos muitas encarnações e, provavelmente, ainda teremos muitas outras pela frente. E de agora em diante sempre na espécie humana, ao contrário do que acreditam algumas pessoas, que acham que ainda podemos reencarnar como animais (a evolução do espírito pode até estagnar durante algum tempo, dependendo do seu esforço, mas jamais regride).

Comunicabilidade
Os espíritos exercem influência sobre o mundo físico. Na verdade, eles estão por toda parte, ao nosso redor. Às vezes causam fenômenos ainda incompreendidos pela Ciência, como as psicografias.

Pluralidade das Mundos Habitados
No Universo existem vários mundos habitados, alguns mais avançados que a Terra, outros mais primitivos, tanto na esfera material como na espiritual.

Há relações constantes entre os Espíritos e os encarnados. Os bons espíritos nos auxiliam, enquanto os maus nos impelem para o mal. Essas comunicações podem ser ocultas ou ostensivas. As primeiras se dão através da inspiração (sabe quando de repente temos um "clique" e nos surge uma ideia brilhante?). As outras vem através da psicografia, das materializações, etc. Os espíritos podem se manifestar espontaneamente ou por invocação, e só o fato de se pensar em alguém que já desencarnou pode revelar-se uma bem sucedida invocação (mas não significa que o espírito irá manifestar-se, ele pode apenas aproximar-se, para o Bem ou para o Mal de quem o chamou). Os espíritos são atraídos pela simpatia que lhes inspira a Natureza Moral de quem os evoca.

Distinguem-se os espíritos bons dos maus principalmente pela sua linguagem e pelo conteúdo da mensagem que transmitem.

Entre aquilo que os bons nos ensinam, está o fato de que não há erros irreversíveis que a expiação não possa apagar. O nosso crescimento moral só depende dos nossos esforços e do desejo para o progresso. Sabemos também que a perfeição é o destino final de todos os seres.

É por isso que existe a expiação, que é um meio de purificação pelos crimes e faltas cometidas. É o cumprimento de uma pena. Essa é a explicação para qualquer sofrimento que existe no mundo, principalmente para aqueles casos que desafiam a crença das pessoas na bondade de Deus — quem nunca viu um deficiente físico de nascença e não se perguntou "Como Deus permite que alguns nasçam saudáveis e outros nesta condição tão difícil"? Pois o Espiritismo responde a estas questões através da imortalidade do espírito e da reencarnação.

Luiz Fernando Riesemberg

Obs: Este texto faz parte de uma série de artigos baseados em aulas que ministrei no curso de Evangelização Espírita para jovens, em 2009, no Centro Espírita Manoel Figueira Neto.

domingo, 23 de maio de 2010

Seminário "Evangelizador, Servidor de Jesus"

No dia 22 de maio, os diretores do Departamento de Infância e Juventude da Federação Espírita do Paraná, Tatiana e Nelson, apresentaram em São Mateus do Sul o seminário "Evangelizador: Servidor de Jesus", para um público de coordenadores de infância e juventude e outros trabalhadores das casas espíritas do município.