quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Livre Arbítrio

A palavra "arbítrio" significa "decisão dependente apenas da vontade". Assim, o fato de termos livre arbítrio é um presente de Deus, para que sigamos o caminho que desejarmos. Você pode escolher ler este texto ou ir fazer outra coisa. Isso não é ótimo? Há muitas pessoas neste momento fazendo algo de errado, e até cometendo crimes. Elas também estão exercendo seu livre arbítrio.

Foi o nosso estágio de evolução que permitiu essa dádiva. Antes disso, só tínhamos o instinto, que nos colocava no mesmo nível dos animais. Se uma cobra sente-se ameaçada, ela tenta picar. Ela não tem a capacidade de pensar que a pessoa que a está "ameaçando" pode ser um veterinário que quer salvá-la. Pois nos nossos primórdios, nós agíamos assim, só pelo instinto.

Porém, hoje nós fomos promovidos, já que adquirimos mais experiência e conhecimento. E essa promoção, além de nos ter trazido a liberdade, também nos trouxe a responsabilidade.

A responsabilidade é a obrigação em responder pelos próprios atos, ou pelo dos outros. Os pais são responsáveis pelos filhos, os professores são responsáveis pelos alunos. E como espíritos individuais que somos, ficamos responsabilizados pelas nossas próprias ações.

Deste modo, Deus é como um pai que diz ao filho: "Você não é mais criança, e por isso confio em você para sair à noite, e para dirigir o carro. Mas você, meu filho, terá que responder por aquilo que fizer. Se fizer alguma bobagem, terá que arcar com as consequências".

Por isso, o livre arbítrio é uma faca de dois gumes. Ele promove um DESAFIO, já que precisamos conciliar nossa vontade com a Lei de Deus. E é por isso que estudamos o Espiritismo: para conhecermos a Lei de Deus e nos adaptarmos a ela, evitando passar por sofrimentos mais tarde.

O progresso espiritual pressupõe o desenvolvimento da capacidade de dicernir o Bem do Mal, o que é essencial para que evoluamos moralmente. E é por isso que necessitamos da reencarnação: trata-se de um lento processo para irmos adquirindo aqueles três bens que nunca perdemos: a sabedoria, a ciência e o amor.

FATALIDADES

Fatalidade é todo destino que não se pode evitar. Sempre recebemos notícias de fatalidades, como quedas de avião, terremotos, balas perdidas, doenças, etc. Tais fatalidades não vêm pelo acaso, pois "Deus não joga dados". Tudo é consequência de nossas próprias ações do passado, que somente a reencarnação explica.

Quando desencarnados, podemos atingir um nível mais elevado de esclarecimento sobre nossas imperfeições e buscamos meios de atenuá-las, aceitando uma nova vida material sob as condições que nos parecem mais apropriadas. É por isso que muitos aceitam reencarnar em situações difíceis, ou até passar por uma desencarnação violenta, pois sabem que somente assim conseguirão melhorar.

Cada indivíduo carrega o fardo que escolheu, e que merece, e que necessita, e que suporta. Deus não faria ninguém passar por algo que não fosse necessário, ou insuportável.

Aqueles criminosos que ficam impunes pela justiça dos homens, carregam um peso maior ainda do que os que são punidos, pois diante de Deus não existe a impunidade. Aqueles, ao invés de aproveitarem a chance de responder pelos seus atos nesta vida, comprometem-se ainda mais nas próximas.

Por outro lado, aqueles que são injustiçados, como o sujeito que ficou preso por 30 anos sendo inocente, ou como aquele que trabalha a vida toda sem obter qualquer reconhecimento ou ganho material, devem procurar a causa de seus infortúnios nas existências passadas.

AÇÃO E REAÇÃO

A Lei de Ação e Reação diz que tudo o que fazemos volta na mesma intensidade para nós mesmos. Assim, quem infelicita o próximo, infelicita a si mesmo. Um exemplo simples é de quando ficamos com maus pensamentos sobre alguém. Logo estamos com dor de cabeça, sentindo angústia e remorso.

Mais cedo ou mais tarde, ou seja, nesta ou na próxima encarnação, a consciência nos despertará para a realidade. A dor inflingida a outrem ressurgirá no íntimo do nosso ser, e é por isso que aceitamos provas duras para reequilibrarmos nossa saúde espiritual. Caso não expurguemos o mal cometido, a mente cria complexos de culpa, psicoses, neuroses, etc.


Pensemos, portanto, em Jesus, para evitar qualquer prejuízo futuro. Ele foi um exemplo de como bem utilizar o livre arbítrio:
Nunca obrigou seus discípulos a o seguirem;
Ajudou sem pedir nada em troca;
Renovou Maria Madalena sem constrangê-la;
Não ameaçou quem não o compreendeu;
Permitiu que Pedro o renegasse e que Judas o traísse;
Deu a Pilatos o poder de escolha;
E na cruz, optou por perdoar seus agressores.

Podemos escolher entre sermos honestos ou desonestos, entre o perdão ou a crueldade, entre sermos úteis ou inúteis, leais ou traiçoeiros, mas RESPONDEREMOS PELOS NOSSOS ATOS. Não se trata de castigo, mas de responsabilidade.

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